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terça-feira, 20 de outubro de 2009

cadeia feminina de Itupeva é marcado pela felicidade E A cadeia de Itupeva possui 68 presas, mas tem capacidade de abrigar apenas 24

Robson Moura
Agência BOM DIA
Quarta-feira, 9h30. O dia de visita na cadeia feminina de Itupeva é marcado pela felicidade e o reencontro com a família. Para a maioria a visita é de mães e irmãs. Poucos homens estão presentes. Visita íntima é algo raro, por esse motivo elas se apegam na amizade e na fé para manter vivo o sonho de liberdade.

Segundo a direção da cadeia, praticamente 90% da cadeia é formada por mulheres acusadas de tráfico de drogas. Maridos presentes são poucos, o que reduz o número de visitas íntimas.

É o caso do ajudante geral C. R. S. R., 29 anos. Sua mulher de 33 anos está presa há três meses por tráfico. Desde a prisão ele é responsável pelos filhos de 6, 10 e 11 anos.

“Sinto falta dos carinhos e do aconchego durante a noite”, afirmou. O marido disse que o local da visita íntima não é confortável. “Nada melhor que nosso quarto, infelizmente tem que ser lá mesmo”, disse.

A filha do pedreiro R. G. Q, 41 anos, não tem a mesma sorte da colega de prisão. Ela foi presa por tráfico há cinco meses e praticamente foi abandonada pelo namorado. “Somos a família dela. Pelo menos ela tem notícias de casa e ameniza a saudade”, diz o pai.

Casos como esse são comuns. Muitas mulheres são abandonadas porque seus companheiros têm pendências judiciais e não podem ser identificados. A direção da cadeia informou que o dia de visita para muitas presas é o principal da semana.

Superlotação
A cadeia de Itupeva possui 68 presas, mas tem capacidade de abrigar apenas 24

‘Intimidade é abraço’, afirma a mãe
As presas que não têm direito a visita íntima contam pelo menos um motivo para comemorar. Elas recebem a visita de parentes, especificamente das mães.

Algumas viajam centenas de quilômetros para poder abraçar as filhas. Dona Elza mora em Cambuí, em Minas Gerais, e viaja todas as semanas para ver a filha que está presa há oito meses. “Intimidade é abraço mesmo”, afirma. Sua filha foi presa por tráfico em Campo Limpo Paulista junto com o marido. O filho de três anos está sob os cuidados da avó.

“Ele vem abraça a mãe, sente carinho. É pouco, mas infelizmente nos acostumamos com essa rotina”, disse. Para levantar o dinheiro da passagem ela vende queijos e doces. “Faço tudo pela minha filha, se fosse o contrário seria o mesmo”, afirmou a senhora que viaja mais de 120 km todas as semanas. “Saio às 6h para chegar à tempo em Itupeva.”

Outra mãe disse que a cadeia não tem capacidade para abrigar todas as mulheres. “Elas [detentas] sofrem com a higiene precária e com a alimentação que é ruim”, disse a mulher que não quis se identificar.

Ela afirmou que espera a liminar que prevê o esvaziamento da cadeia [pedida pela Justiça com data até o dia 29] seja cumprida integralmente. “Moramos longe daqui. Se ela for transferida para São Paulo vou vê-la mais vezes.”

Ociosidade preocupa delegado
O diretor da cadeia de Itupeva, o delegado Rafael Casarin Penha, afirmou que a ociosidade das presas é um dos problemas de Itupeva.

Com a “casa” lotada ele afirma que é praticamente impossível desenvolver qualquer trabalho para resolver esse problema. “Não somos uma penitenciária, abrigamos mulheres que aguardam decisão judicial”, afirmou.

No entanto, algumas presas esperam por vagas no sistema prisional.

Dona Elza afirmou que o dia que antecede a visita é de festa. “Fora disso, elas apenas conversam e observam o dia passar. Elas precisam ter algo para fazer”, afirmou.

http://www.redebomdia.com.br/Noticias/Dia-a-dia/317/Presas+sao+esquecidas+pe

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